Até Jundiaí, sem grandes novidades. A Bandeirantes é uma das melhores estradas do Brasil inteiro, cortando partes da Serra do Japi até seu entroncamento com a Anhanguera, já em Jundiaí.
Da Anhanguera, saímos em direção à Itatiba. São aproximadamente 30 km de Jundiaí à Itatiba, e a estrada está passando por reformas: duplicação de trechos, recapeamento asfáltico, e óbvio, implantação de pedágio de R$ 1,85 tanto na ida, quanto na volta. A estrada desemboca diretamente no centro de Itatiba, e some dentro dela. É necessário dar algumas voltas pelo centro para sair novamente em direção ao Circuito das Águas.
Itatiba é uma cidade agradável, bem cuidada e com um comércio turístico muito interessante. Muitos doces, muito artesanato local e os famosos móveis de madeira. Aliás, falando em madeira, a fábrica de palitos Gina foi fundada lá, em 1945. Até alguns anos atrás era possível avistar a placa da fábrica alguns kilômetros antes da entrada da cidade; desta vez, achei a fábrica, mas não a placa.
Encontramos também um comércio para a classe média que frequenta o município, como restaurantes e padarias com "padrão São Paulo", concessionárias de automóveis e até o McDonalds.
Saindo de Itatiba, pegamos a SP-360 novamente em direção à Morungaba. A paisagem já muda um pouco, e na primeira parte do percurso é possível avistar plantações de milho da SynGenta - empresa Suíça resultante da junção da Novartis com a Astra-Zeneca - que manipula e seleciona as sementes a serem plantadas. Após as plantações de milho já avistamos várias árvores frutíferas, e entre elas há pêssego, laranja, maracujá e principalmente, figo. Percebe-se no ar a mudança dos cheiros.
Morungaba é uma pequena cidade incrustada em um vale ao pé da Serra das Cabras (que faz divisa com Campinas), e a partir da metade da década de 90 tornou-se estância climática do estado de São Paulo, recebendo maiores verbas para a diversificação do turismo. Passando pelo centro, podemos encontrar alguns restaurantes, parques e algumas pousadas e hotéis.
Deste ponto em diante, a SP-360 é tombada e reconhecida como de reconhecido valor paisagístico, pelos contornos entre as plantações e a grande flora encontrada na beira da estrada. Metade do percurso é realizado no meio da serra que separa Morungaba de Amparo, e como choveu muito no mês de janeiro, conseguimos avistar várias pedras descidas da encosta e em um determinado ponto da estrada, uma das faixas foi consumida pela erosão causada pelo escoamento das águas. As curvas são extremamente fechadas, e há várias subidas e descidas.
Desbarrancamento na SP-360
Após quase 40km de estrada, chegamos em Amparo. Mais uma vez, a estrada some pelo centro da cidade e só reaparece do outro lado, já em direção à Serra Negra. A cidade é muito bem organizada, com ruas largas e diversos parques para a população. No centro, encontram-se diversos barzinhos e restaurantes bem movimentados no final de semana.
A SP-360 recortando as serras entre Amparo e Serra Negra
Continuamos na SP-360, desta vez ao ponto final da viagem. A estrada torna-se um pouco menos sinuosa, porém as curvas ainda são muito fechadas. Depois de quase 20km, chegamos ao centro de Serra Negra.
Como se passaram 12 anos desde a última vez que estive na cidade, pude notar grande desenvolvimento. Ruas mais bem-cuidadas, hotéis e pousadas com fachadas limpas, e uma grande diversidade de restaurantes. A rua principal abriga grande parte do comércio local, entre estes várias lojas de doces, bebidas, artesanatos e malhas. Na praça principal encontramos o burburinho da cidade, com alguns barzinhos e mesinhas para sentar e assistir ao movimento.
Almoçamos em um restaurante self-service na Rua 7 de Setembro, e depois demos uma volta pelas lojas. Se estiver a fim de gastar dinheiro e engordar, aproveite para levar os doces em conserva que são MUITO bons, e os licores das casas de bebidas. Vale a pena também os vinhos caseiros, suaves na maioria das vezes. E claro, confecções – principalmente roupas e bordados.
Há também algumas fontes de água pela cidade, bem cuidadas e limpas. Em todas elas estão as características da água e sua composição mineral. Vale MUITO a pena levar uma garrafinha pra encher, pois elas costumam ser bem fresquinhas!
Fonte dos Italianos, bem no centro de Serra Negra
Pela tarde, subimos no Cristo para apreciar a vista, tomar uma cerveja bem gelada e jogar conversa fora. Aliás, queria muito ter subido de teleférico, mas com a ida e volta a R$ 10,00 e estando em quatro pessoas, não valeria a pena e estávamos muito pobres. Hahaha! Mas valeu a pena.
Vista da cidade a partir do Cristo
Na volta à São Paulo, caminho diferente: de Amparo, saí à esquerda e fui pela SP-095, que vai até Bragança Paulista. Até lá, são aproximadamente 40km de estrada castigada pelas recentes chuvas, mas com menores rampas de subida e descida e bem menos curvas. No meio do trajeto, encontramos a cidade de Tuiuti, predominantemente rural e dependente da agricultura e pecuária.
Chegando em Bragança, é necessário passar pelo centro. Como era noite, a única coisa que pude observar é que é uma cidade muito movimentada e razoavelmente grande, com uma boa vida noturna - passei por diversos barzinhos e restaurantes ainda abertos. As ruas são largas e bem sinalizadas, e a verticalização da cidade está em pleno desenvolvimento, com vários anúncios de apartamentos e condomínios empresariais.
Depois de quase 50km entre Amparo e Bragança, entramos na Fernão Dias e viemos direto para São Paulo. Apesar da SP-095 um pouco mal conservada, é vantajoso utilizá-la para chegar ao Circuito das Águas de São Paulo, pois há menos curvas e desníveis a serem vencidos, e não precisamos pagar os R$ 6,35 de pedágio da Rodovia dos Bandeirantes.
Enfim, haveria ainda muito a explorar neste passeio. As três principais cidades do Circuito das Águas (Morunbaga, Amparo e Serra Negra) são muito hospitaleiras e com diversas opções de entretenimento ambiental a ser realizados. Em Morungaba, por exemplo, há diversas opções de esportes radicais a serem feitos no Rio Jaguari, que corta a cidade.
Até a próxima!