Desta vez, o destino da viagem é São Carlos. Interior de São Paulo, localizado na chamada “Alta Paulista”, distante aproximadamente 250km da capital. Trajeto: Rodovia dos Bandeirantes até Cordeirópolis, e Rodovia Washington Luiz em direção à São José do Rio Preto.
A viagem de São Paulo até Campinas é engraçada, pois são poucos os pontos nos quais você não tem ocupação, seja ela industrial, residencial ou comercial. Após a cidade de Campinas, a Bandeirantes corta a parte Sul da Região Metropolitana e adentra Hortolândia, Sumaré e Santa Bárbara do Oeste. E nesta parte, as plantações de cana-de-açúcar predominam os campos. São quilômetros extensos de cultivo, até o início de uma serra aproximadamente 30km antes de Cordeirópolis.
Plantação de cana e usina nas proximidades de Hortolândia
Chegando na entrada para a Washington Luiz, consegue-se avistar parte da cidade de Cordeirópolis. Seguindo rumo ao Oeste, Santa Gertrudes e Rio Claro estão muito próximos uns aos outros. A ocupação nesta área é irregular e pouco verticalizada. Há indústrias espalhadas no eixo da rodovia, e predomínio de plantação de cana-de-açúcar e milho, com galpões de armazenamento e usinas (no caso da cana).
Passando Rio Claro, chegamos ao pé da serra em Corumbataí, para então subirmos até São Carlos. A serra é de poucas curvas, porém o desnível entre as duas cidades chega a 250 metros de altitude. Ou seja, são aproximadamente 50 quilômetros de estrada, sendo que pelo menos 20 km são de subida.
Formação rochosa contínua à rodovia
Chegando ao planalto em São Carlos, a paisagem muda: o cerrado toma conta de parte da vegetação e os cultivos de cana, milho e uva vão se alternando entre si. Há também em alguns pontos cultivo de pêra e laranja, porém em menor quantidade.
O Cerrado nas margens da Washington Luiz, próximo à São Carlos
O cultivo de vinhas se adaptou muito bem em São Carlos, sendo a maior parte em uvas Shiraz, destinada à produção de vinhos finos.
A rodovia margeia o lado norte da cidade de São Carlos. A cidade hoje abriga em torno de 200 mil habitantes, e encontramos estudantes universitários na cidade toda. Isso se explica pelo fato de haver dois campus da USP e a UFSCAR, sendo centro tecnológico da região pois a maioria dos cursos encontrados nos campus são relacionados à engenharia e tecnologia.
Campus da USP em São Carlos
O relevo da cidade é muito acidentado, e no centro encontram-se duas depressões onde correm os córregos que por lá passam. A ferrovia passa ao sul, seguindo a parte alta da cidade, e a estação localizada um pouco antes do centro.
Vista da cidade a partir da Estação
São Carlos conta com uma boa rede de hotéis e comércio. Pode-se encontrar facilmente restaurantes, lanchonetes, farmácias e rede de magazines. A maioria do comércio está centralizada em duas ruas e em suas travessas: na Avenida São Carlos, que segue de leste à oeste; e na Avenida Dna Alexandrina, que corre pelo sentido inverso.
Para quem gosta de um lanche, há várias opções no centro, incluindo o famoso McDonalds. Há uma boa gama também de restaurantes self-service que funcionam aos domingos, provavelmente para atender aos alunos das faculdades públicas e que moram em repúblicas. Neste caso, recomendo o “Restaurante Panela”, que fica na Av Dna Alexandrina, tem um bom preço e a comida é boa.
Avenida São Carlos, com a depressão ao meio
Uma visita à Catedral de São Carlos vale a pena. Iniciada sua construção em 1946, foi sendo inaugurada aos poucos e somente em 1970 foi aberta completamente ao público. Ela faz o marco zero da cidade, e foi construída no mesmo local onde se encontrava a antiga Igreja Matriz. À noite, com sua nova iluminação, é possível avistá-la até da Rodovia Washington Luiz.
A cidade também abriga diversos pontos turísticos históricos-culturais, com uma gama diversa de casarões coloniais e fazendas datadas da época imperial. Vale a pena também visitar o Museu da TAM, a estação ferroviária, os bosques e parques ecológicos.
E na volta para São Paulo, não deixe de passar pelo Posto Castelo. Localizado no Km 222 da Washington Luiz sentido Campinas, é ponto de parada dos ônibus vindos da região de São José do Rio Preto. Há um bom restaurante no local, e uma loja de conveniência com diversos artigos (incluindo refrigerantes da região que fiz questão de trazer).
O maior inconveniente de ir até São Carlos foi o custo de pedágio, que foi de R$ 64, ida e volta. Para economizar um pouco, seriam necessários grandes desvios, mas como tínhamos horário para chegar na cidade, não valeria a pena. E em um dos pontos de fuga, por volta do KM180 da Washington Luiz sentido Campinas, há uma estrada de terra que sai da rodovia e entra em uma estrada vicinal já próxima à Rio Claro; porém a concessionária obteve decisão judicial de fechar o acesso para você ser obrigado a pagar o valor de R$ 6 no pedágio. No mais, digo que gostei muito da cidade por conta da infraestrutura que ela fornece aos seus habitantes.
Até a próxima viagem!